quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Harmonização antológica.

As festas de final de ano, principalmente o Natal, permitem momentos variados de degustação e sabores diferenciados. Em 2009 não foi diferente, e dentre as diversas maravilhas, posso afirmar tranquilamente que a harmonização de castanhas portuguesas com a cerveja belga Gouden Carolus Easter foi o destaque, simplesmente inesquecível, a cerva completando o sabor das castanhas, e o aroma tomando conta dos nossos sentidos.



A Gouden Carolus Easter é uma cerveja de coloração âmbar e colarinho claro. Em sua produção são utilizados diversos tipos de maltes e três diferentes especiarias. Seu aroma é frutado com notas de damasco. Seu final é longo, doce e seco. Antes de 2007, a Gouden Carolus Easter era uma cerveja escura.
Família: Ale.
Tipo: Strong Ale.
Graduação Alcoólica: 10,50% vol.
Minha nota para a cerveja: 10 !! sensacional!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Preste atenção - Vamos mudar a cerveja do Brasil! - artigo da Folha de SP.

A cerveja: bebendo gato por lebre *
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
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"É inexplicável que sejam tão omissas as autoridades brasileiras quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo"
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O BRASIL é o quarto maior produtor de cerveja, com pouco mais de 10 bilhões de litros por ano. A China é o maior de todos, com 35 bilhões, e os EUA são o segundo, com 24 bilhões. A Alemanha vem em terceiro, com uma produção apenas 5% maior que a brasileira.Segundo norma autorregulatória da indústria cervejeira alemã, a cerveja é composta única e exclusivamente por apenas três elementos, cevada, lúpulo e água, tendo como interveniente um fermento. Tradicionalmente, o termo malte designa única e precisamente a cevada germinada.
O malte pode substituir a cevada total ou parcialmente. A malandragem começa aqui. Com frequência, lê-se em rótulos de cervejas a expressão "cereais maltados" ou simplesmente "malte", dissimulando assim a natureza do ingrediente principal na composição da bebida.Com a aplicação desse termo a qualquer cereal germinado, a indústria cervejeira pode optar por cereais mais baratos, ocultando essa opção.O poder da indústria cervejeira no Brasil (lobby, tráfico de influência etc.) deve ser imenso.
Basta lembrar que convenceram as autoridades (in)competentes nacionais de que não estavam violentando normas que regulam a formação de monopólios ao agregar Brahma e Antártica -o que constituiria então cerca de 70% do consumo nacional- com o argumento de que só assim poderiam concorrer no mercado globalizado. Mas depois foram gostosamente absorvidas por uma multinacional do ramo, certamente uma forma sutil de realizar a concorrência prometida. E não foi tomada nenhuma providência. Aliás, sempre que aparecia no cenário uma empresa nascente que, pela qualidade, pudesse despertar no brasileiro uma eventual discriminação quanto ao sabor, era ela acuada por todos os meios possíveis e finalmente absorvida, e sua produção, reduzida ao mesmo nível da mediocridade dos produtos das duas gigantes.
Aparentemente, o receio era o de que a população cervejeira, ao ser exposta a diferentes e mais sofisticados exemplos, desenvolvesse algum bom gosto e, consequentemente, passasse a demandar cerveja de qualidade.A cerveja brasileira (com pequenas e honrosas exceções) é como pão de forma: mata a sede, mas não satisfaz o paladar exigente.
Para esclarecer a questão da má qualidade da cerveja brasileira, vamos fazer alguns cálculos.
A produção nacional de cevada tem ficado nos últimos anos entre 200 mil e 250 mil toneladas, das quais entre 60% e 80% são aproveitados pela indústria cervejeira. Essa produção agrícola tem sido suplementada por importação de quantidade equivalente. Em média, portanto, cerca de 400 mil toneladas de cevada são consumidas na indústria da cerveja no Brasil, presumindo-se que quase toda a importação tenha essa finalidade.O índice de conversão entre a cevada e o álcool é, em média, de 220 litros por tonelada. Como as cervejas brasileiras têm um teor de álcool de 5%, podemos concluir que seria necessário que houvesse pelo menos seis vezes a quantidade de cevada hoje disponível para a indústria nacional da cerveja. Portanto, a menos que um fenômeno semelhante àquele do "milagre da multiplicação dos pães" esteja ocorrendo, o álcool proveniente da cevada na cerveja brasileira representa cerca de 15% do total.
Há pouco mais de duas décadas foi publicado um relatório de uma tradicional instituição científica do Estado de São Paulo segundo o qual análises de cervejas brasileiras mostravam que um pouco menos que 50% do conteúdo da bebida era proveniente de milho (obviamente sem considerar a água contida).Como o índice de conversão de grão em álcool para o milho é 80% maior que para a cevada, podemos considerar que a conclusão do relatório em questão atua como álibi, pois satisfaria normas vigentes. Isso também explica a preferência dos produtores de cerveja pelo milho, pois os preços da tonelada dos dois cereais são aproximadamente os mesmos, apesar de consideráveis oscilações.Esses números permitem, todavia, concluir que o milho (e outros eventuais cereais que não a cevada) constitui, em peso, quase três quartos da matéria-prima da cerveja brasileira, revelando sua vocação para homogeneização e crescente vulgaridade.Outro determinante da baixa qualidade da cerveja brasileira é a adição de aditivos químicos para a conservação. O mal não está só nessa condição, mas na sua necessidade. O lúpulo em cervejas de qualidade, sejam "lagers", sejam "ales", é o componente responsável pela conservação -além, obviamente, de suas qualidades de paladar.
Depreende-se daí que os concentrados de lúpulo usados na cerveja brasileira são de baixa qualidade. O que é inexplicável e de lamentar, entretanto, é que as autoridades brasileiras, tão zelosas para com alimentos corriqueiros, sejam tão omissas quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo e permitam que o cidadão brasileiro beba gato por lebre.

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*ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE* , 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha .

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

25 anos do Rock in Rio - 11/01/1985.

O Rock in Rio foi realizado pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro, entre 11 e 20 de janeiro de 1985 em área especialmente construída para receber o evento. O local, um terreno de 250 mil metros quadrados que fica na Barra da Tijuca, na divisa com o bairro de Jacarepaguá, ficou conhecido como "Cidade do Rock" e contava com o maior palco do mundo já construído até então: com 5 mil metros quadrados de área, além de dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas - o equivalente a cinco Woodstocks - que freqüentaram o evento.



Tive o privilégio de viver a primeira e antológica edição do Rock in Rio, na época com os meus 17 anos de idade. Posso afirmar que jamais passarei por uma nova experiência musical e cultural tão intensa e emocionante. Comprei o bilhete que dava direito aos 10 dias de Festival, mas fisicamente só consegui estar presente em 7 dias, mesmo sendo ainda muito jovem, pois chegava à cidade do Rock por volta das 15 horas, e somente retornava para casa com o sol do outro dia já brilhando no inesquecível verão carioca de 1985.
A primeira noite já confirmou o altíssimo nível do Festival, simplesmente com Whitesnake e Iron Maiden abrindo para a banda britânica Queen. Um desfile de monstros sagrados do rock and roll.

Data: 11 de janeiro de 1985.
Público: 300 mil pessoas.
Programação do primeiro dia:
Ney Matogrosso.
Erasmo Carlos.
Baby Consuelo e Pepeu Gomes.
Whitesnake.


Iron Maiden.


Queen.


QUEEN - Sem dúvida alguma o melhor show que assisti ao vivo em minha vida! Estrelas máximas do evento, todos os integrantes do Queen concordaram em qualificar aquela apresentação como uma das cinco mais emocionantes do grupo, e Freddie Mercury qualificava a execução da canção Love of My Life como a melhor jamais feita pela banda. Na época, o grupo inglês estava na turnê do disco The Works.

Abram uma cerveja puro malte e curtam esta inesquecível performance do Queen. Antológica!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

HAPPY 42 BEER - Minha terceira cerveja.

Domingo, dia 22 de novembro, realizamos nossa terceira brassagem, em comemoração ao meu aniversário de 42 anos. E o nome escolhido para a cerveja foi "HAPPY 42 BEER".

FOTO: Rótulo da cerveja.

A receita da cerveja foi baseada no meu estoque restante de insumos, e assim utilizei malte de cevada pilsen e malte de trigo claro, além de lúpulos de amargor e aroma. Assim, não foi escolhido um tipo específico de cerveja, e a produção foi menor do que a habitual, somente 12 litros.

FOTO: Panela já na fase de resfriamento.

O diferencial desta cerveja aparece na fase de fermentação. Decidimos colocar frutas vermelhas (cerejas e amoras) no balde de fermentação, na tentativa de dar um gostinho diferente, e a levedura escolhida foi a S-33, gentilmente fornecida pelo amigo Gustavo Danhone, grande mestre cervejeiro de Ribeirão Preto. Seria a "HAPPY 42" uma fruit beer?

FOTO: Amoras e cerejas já no balde de fermentação.

O tempo proposto para fermentação e maturação foi de 3 semanas, e depois mais 15 dias de segunda fermentação na garrafa.

A cerveja mais uma vez foi feita entre familiares e amigos, que ao final do dia já estavam ansiosos em experimentar a "HAPPY 42" no final do ano.

A degustação na primeira garrafa aconteceu no Natal, e a segunda no Reveillon. Saúde e Feliz 2010 cervejeiro!!!